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Inteligência Artificial decifra papiros carbonizados pela erupção do Vesúvio

8 de abril de 2024

Emanuella Dias Ferreira

O Vesuvius Challenge promove um desafio inusitado, o de decifrar os escritos de papiros carbonizados há mais de 2000 anos durante a erupção do vulcão Vesúvio, na Itália. Os cientistas achavam que os escritos haviam se perdido, mas contaram com ajuda da IA e da Visão Computacional para fazer a transcrição do material. “Apesar de armazenados há décadas em museus na Itália, eles haviam sido dados como perdidos”, diz o cientista da computação Odemir Bruno, do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (IFSC-USP), membro de uma das equipes vencedoras.

A premiação foi realizada na Villa Getty, em Los Angeles, que é uma reprodução da mansão do Império Romano onde os papiros foram encontrados e também um museu.

Onde foram encontrados

Os materiais foram encontrados inicialmente por um fazendeiro em 1750 na cidade de Herculano, na Itália. Enquanto cavava um poço em seu terreno acabou encontrando durante as escavações a mansão que teria pertencido a Lúcio Calpúrnio Pisão Cesonino (sogro do Imperador de Roma, Júlio César). As cinzas vulcânicas ajudaram a preservar os papiros, por tanto tempo, mais de 600 rolos de papiros.

Procedimentos virtuais

A partir do momento em que foram descobertos, muitos tentaram ao longo do tempo desenrolar os materiais. Entretanto, boa parte dessas tentativas não obtiveram sucesso e acabaram estragando ou destruindo totalmente o material. Entretanto, foi em 2015 que o cientista da computação Brent Seales, da Universidade do Kentucky, propôs desenrolar virtualmente os documentos, evitando assim o desgaste e exposição do material. O procedimento se baseia em treinar algoritmos de machine learning para entenderem as diferenças entre as estruturas dos papiros capturados por imagens de raio-x. A tinta preta usada na escrita do pergaminho não dá para ser vista em pergaminhos carbonizados. Entretanto as imagens infravermelhas dos fragmentos foram capazes de identificar letras gregas. Através dos raio-x desses fragmentos a equipe de Seales treinou os algoritmos para ler as letras apenas das imagens de raio-x sozinhas.

O que há escrito dentro deles?

O que os pesquisadores conseguiram descobrir por enquanto é que se tratavam de textos escritos em grego e tem influências da filosofia de Epicuro e teria sido escrito por Filodemo, aprendiz de Epicuro e seria o filósofo residente da mansão em que os papiros foram encontrados. O conteúdo discute acerca de como a disponibilidade abundante de bens afeta o prazer que proporcionam. “Como é o caso com respeito à comida, não pensamos de imediato que as coisas escassas sejam absolutamente mais prazerosas do que aquelas que são abundantes”, escreveu. Essas etapas de transcrição dos escritos também contam com a ajuda de historiadores, papirólogos, etc. Mais de 2000 caracteres já foram decifrados

A competição

A competição criada pela equipe do professor Brent tem o objetivo de atrair talentos globais e motivar equipes a decifrar mais partes dos papiros. A meta final era ler dos 4 papiros já digitalizados pelo menos 4 trechos de 140 caracteres, reconhecendo ao menos 85% deles. A meta foi ultrapassada pelas 4 equipes vencedoras. Dentre as equipes vencedoras, temos uma brasileira, liderada pelo físico computacional Elian Rafael Dal Prá, estudante de iniciação científica, com participação também de Leonardo Scabini, pesquisador em estágio de pós-doutorado, ambos do grupo de Bruno. “Dal Prá leu sobre o prêmio e trouxe a ideia para nosso grupo, então resolvemos mudar seu projeto”, descreve o orientador. A longo prazo, as descobertas feitas durante a competição com códigos para identificar escritas nos papiros, podem ser aplicados para diversas áreas inclusive em na saúde na identificação de células tumorais. O desafio de 2024 será ler 90% dos quatro rolos já digitalizados.

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Fontes:
revistapesquisascrollprize / theguardian / edition